sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cap au pire

O melhor mínimo. Não. Nada de melhor. O melhor pior. Não. Não o melhor pior. Nada de melhor pior. Menos que melhor pior. Não. O menos. O menos melhor pior. O mínimo nunca pode ser nada. Nunca ao nada pode ser reconduzido. Nunca pelo nada anulado. Não anulável menor. Dizer esse melhor pior. Com palavras que reduzem dizer o mínimo melhor pior.


tout au plus le minime minimun. L’iminimisable minime minimum

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pioravante marche


Aquilo levanta-se.
O quê?
Sim.
Dizer que se levanta e fica de pé.
Teve de se levantar por fim e ficar de pé.
Dizer ossos.
Ossos nenhuns mas dizer ossos.
Dizer chão.
Chão nenhum mas dizer chão.
De modo a dizer dor.
M ente nenhuma e haver dor?
Dizer que sim que os ossos podem doer até não haver alternativa senão levantar.
De algum modo levantar e ficar de pé.
Ou melhor pior restos.
Dizer restos de mente onde nenhuns para permitir a dor.
Dor dos ossos até não haver alternativa senão levantar e ficar de pé.
De algum modo levantar.
De algum modo ficar de pé.
Restos de mente onde nenhuns só para a dor poder haver.
Aqui dos ossos.
Outros exemplos se preciso for.
De dor.
Alívio de.
Mudança de.

Tudo desde sempre.
Nunca outra coisa.
Mas nunca tão falhada.
Pior falhada.
Com cuidado nunca pior falhada.

Luz obscura origem desconhecida.
Sabe-se o mínimo.
Não não se saber nada.
Seria esperar de mais.
Quando muito o mínimo dos mínimos.
Maximamente menos que o mínimo dos mínimos.

Não haver alternativa senão ficar de pé.
De algum modo levantar e ficar de pé.
De algum modo ficar de pé.
Ou isso ou gemer.
O gemido que de longe tão longo vem.
Não.
Gemido nenhum.
Dor simplesmente.
Levantado simplesmente.
Um tempo para tentar como.
Tentar ver.
Tentar dizer.
Como a princípio esteve deitado.
Depois de algum modo se ajoelhou.
Pouco a pouco.
E em diante a partir daí.
Pouco a pouco.
Até se levantar por fim.
Não agora.
Agora falhar melhor pior.

Um outro.
Dizer um outro.
Cabeça afundada em mãos paralisadas.
Vértice vertical.
Olhos cerrados.
Sede de tudo.
Embrionária de tudo.

Isto não tem futuro.
Infelizmente tem.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

para uma amiga que partiu

















Longa viagem

Não pude conter alegria que me tinha trazido
a manhã de ontem...
E não posso enxotar a tristeza que traz
a manhã de hoje.

Pássaros migratórios atravessam o céu.
Lutam contra o vento do outono...
Encho a minha taça e olho para longe.

Penso nos grandes poetas que já não vivem,
recordo seus versos,
e digo a mim mesmo
que eu também seria capaz de escrever poemas sublimes
se pudesse pairar no céu, entre os astros.

Em vão bebo para afogar minha amargura.
Neste mundo, quando as coisas não correm como desejamos,
deve-se, como, tu, tomar uma barca, de cabelos ao vento,
e seguir pelo mar...

Li Tai Po
China. Dinastia Thang (Séc. VIII)