quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Qual o papel do escritor na sociedade?

Há certos sujeitos afeitos à solidão e impenetráveis às diversões banais e à máfia imunda da auto-ajuda para quem a literatura é algo imprescindível, uma questão de vida ou morte.A esses os escritores se fazem imprescindíveis. Além do mais, conforme nos diz Umberto Eco, o nosso modo de usar a linguagem reflete nosso modo de ver a realidade; dessa forma, quando um escritor se propõe a renovar a linguagem ele está, também, incitando seus leitores a renovarem suas percepções de mundo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

So long Eric...

O saxofonista, claronista e flautista Eric Dolphy participou do quinteto de Charles Mingus em turnês na Europa em meados de 1964. Aqui neste video podemos ver Dolphy em ação no meio desse grupo fabuloso! Pra quem não o conhece, Dolphy é o segundo a solar aí no sax alto! Á música foi composta pelo próprio Mingus em homenagem a Dolphy: "So long Eric". 

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Jack Kerouac: nosso vagabundo iluminado...




"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam."

"(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos 'aaaaaaah!'. Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?"

"Qual é a sua estrada, homem? - a estrada do místico, a estrada do louco, a estrada do arco-íris, a estrada dos peixes, qualquer estrada... Há sempre uma estrada em qualquer lugar, para qualquer pessoa, em qualquer circunstância. Como, onde, por quê?"



sento. sinto. cito. escrevo

ME DESPETALE

Expectativa (Erwartung).

Nós aguardamos nosso amante no bosque,
na noite de nosso desespero.

A solidão perturba.
Ela goteja das folhas.
Nós nos encharcamos dela
Fingimos despistá-la em falas gastas
e horas vãs.

Nossos planos sucumbem
no arco lento do tempo.

A terra absorve o sangue.
Minha boca sorve a sua.
E os passos dão voltas
no vácuo de nossos sentimentos.

O céu nunca evelhece.
A lua nos saúda
e nos confunde:

Somos vítimas ou algozes?
O que nos amedronta?
Temes seu próprio rosto?

Quem cometeu o crime?
Quem roubou o júbilo
e instalou o horror suave?
Quem nos esqueceu?

Sem memória, sem lembrança,
sem espaço, sem ti,
sem origem, sem futuro
sem ninguém,
nada

Minha cabeça cai.
Olho pro chão e vejo criaturas minúsculas

Aquele que pena também regozija
E é imenso o desejo.

Desejo que me desejas.
A perverção se converte em medo.

Toda a estranheza copula.
A natureza fabrica suas secreções,
e suas correntes subterrâneas de insanidade.
Me Invade a corrente vertiginosa da dor
Enche minha mente de fábulas.
E tu me apanha e me guarda na mão

No alto pensamento
um acesso sopra a luz.

Crispa a pele.
Estala os ossos.
E é de prata minha espera

Estamos perfurados,
Vagas de nada
e dafnedálias.

As árvores rodopiam na noite do céu.

Os sons inauditos gritam.
Eles batem, batem e correm.
Os monstros não-sonhados folgam.
Ouço o roçar de asas noturnas

Criaturas rastejam e se aninham
na sombra de teu desejo.
Aberrações trepam.
E é enorme o canto.

Entre o vivido e vivível está a vida.
A vida é um acesso de forças inumanas,
devires.

Ela é maior que nós porque se enrosca com a morte.
A vida resiste à morte. A morte resiste à vida.

Nosso coração se despetála.
Torna-se cristal.
Miragem.
Travessia.
Raio.
Cinza
Silêncio

E

Eu,
Te conheço:
Tu é a que se curvou profundamente,
Eu, o perfurado, me sujeito a ti.
Onde uma palavra em chamas nos testemunhou?
Tu - toda, toda real
Eu - todo imaginação

sábado, 3 de outubro de 2009

John Zorn e Marc Ribot

John Zorn e um dos meus guitarristas favoritos: Marc Ribot..um america doidão que veio do punk gravou muitos disco com Tom Waits...

João Coltrão 2

João Coltrão 1

fucking great film