As correntes subterrâneas da dor.
Ninguém se lembra.
Ninguém virá até ti.
Nenhuma mão.
Nenhum abraço pela retaguarda.
Uma mulher.
Uma cidade.
Um céu.
Uma noite.
Carregas um imenso deserto despovoado,
esquecido,
repleto de sal.
São as salinas cristalinas de seus olhos,
que represam a contida intensidade de uma vida.
Mas eles se esquecem e vivem,
animam o repouso
Vou me largando de tudo e todos,
de tudo que é resto e sombras
Luto com tempestades profundas,
perco o controle do leme,
perco velas, marujos, bússula,
a direção das estrelas
É um naufrágio silencioso,
sem alarde.
É um rosto que se perde,
um corpo que resseca,
um carvalho rústico,
cortado, talhado,
moldado em nave, nau
e que agora sucumbe, se despede
e retorna às salgadas águas profundas
noturnas e fundas
minha ânsia, minha dor,
meu deserto.
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