quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

protesto aqui com as veias repletas de estrelas:

a carreta estava on the road.
na boléia a juventude eterna, os loucos de Keroauc, os pinos redondos nos buracos quadrados.

os yuppies deram uma guinada poderosa no voltante das gerações.
essa guinada ainda está em processo, em slow motion, não sabemos ainda se iremos capotar ou despencar no precipício ou quem sabe atravessar a pista e chocar com um trem, um ônibus espacial, um andarilho, ou ciclistas aventureiros. Qual desfiladeiro?

minha geração já não é uma beat generation. Nem a de 68. Somos uma resultante esquálida de um processo engendrado pelo sistema financeiro mundial e que foi incorporado pelos nossos pais e que agora lentamente e subtamente incorporamos. Ninguém mais habita as ruas, nem sai às ruas para conversar com transeuntes, transá-los, poetizar. A arte virou coisa institucional, fechada aos que possuem as credenciais de acesso. Aos que possuem pouco ou muito dinheiro. Aos iniciados por autoridades, formados em espaços privados. ACESSO NEGADO é o que diz o letreiro.

E a violência, a desumanização e a banalização se generaliza e multiplica. O golpe do terror, dos corruptos, dos falsários, dos medíocres, do crime-organizado. As trevas se escancaram. E o contrário disso tudo se atrofia e aqui e ali tenta encontrar ar, em espasmos de agonia.

é preciso ser vagabundo, iluminado, apaixonado. É preciso sentir e cultivar uma inquietação, uma ânsia pela beleza, um amor pelo conhecimento, por desarrumação e por uma outra ordem simbólica dos fatos. Há um sentido na vida. Há um destino: o outro-diferente-de-si-mesmo.

então, você, meu amigo(a), vamos lá?
Vamos transportar o fogo nas mãos?

the one page
left my hand
falling like leaves
calling like breezes
making the moments
finding a reason
to be

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