sábado, 3 de abril de 2010

Torno a perder a noção das coisas

É tarde, tarde.
Sinto os frutos amuderecem nas mãos.
Tu me deixaste só com meu aquário de incertezas.
Os dedos vão passando pelas pérolas deste colar do tempo.
O tempo de outrora já ficaste na esfera anterior.
Carrego todas em meu pescoço, na garganta, nos olhos.
Tu ficaste em uma delas à qual vou me esquecendo.
Guardo um amor de pérola em um colar de memória.
Sinto muito. Sinto uma dor clara como a brisa.
É tarde e sinto tua falta, minha jovem.
Há alguém que salve para mim? Para ti?
Devo voltar-me às minhas convicções,
aos propósitos deste mundo?
Qual acaso mudará essa gravitação?
Qual correspondência?
Qual encontro?
Quem?
O quê?
Uma brevidade,
um adeus,
uma travessia,
e estou só,
mais uma vez.
Mais triste,
e com mais ou menos vida.

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