sábado, 20 de agosto de 2011

Dança dos Cavaleiros



 Penso nesse tema "Montéquios e Capuletos". Os soberanos do passado e de sempre.Penso nas oligarquias guerreiras que sempre competiram entre si, que nos governaram por séculos e que ainda nos governarão com máscaras renovadas de tirania. Penso na tragédia de Romeu e Julieta. O tema shakespeariano de que os indivíduos, suas razões, seus afetos e desejos se tornam secundários à pertença a um grupo específico. Penso nessa questão dramática:  a de que as ações e o discurso de cada uma das personagens são avaliados não por seu valor intrínseco, mas como manifestação de um outro a quem é compulsório rejeitar.

lembro de uma frase de Andrei Tarkovski:

"A arte é, por natureza, aristocrática e seletiva em seus efeitos sobre o público…."

E continuo com ele:

"No entanto, a natureza aristocrática da arte de forma alguma exime o artista da responsabilidade para com seu público e até mesmo, se assim preferirem, para com as pessoas em geral. Pelo contrário: a função da consciência especial que tem do seu tempo e do mundo em que vive, o artista torna-se a voz daqueles que não podem expressar sua concepção da realidade. Nesse sentido, o artista é realmente vox populi. Esta é a razão pela qual ele é chamado a contribuir com seu talento, o que significa servir ao seu povo….A arte, como afirmei anteriormente, atinge as emoções de uma pessoa, não sua razão…Assim que se começa a atender ao gosto popular, o que entra em jogo é a indústria de diversões, o show business, as massas e coisas do gênero, mas nunca a arte, que necessariamente obedece as suas leis imanentes de desenvolvimento, queiramos ou não…. O verdadeiro diálogo entre diretor e o espectador só é possível quando ambos têm o mesmo grau de compreensão dos problemas, ou, pelo menos, quando a abordagem dos objetivos que o diretor se auto impôs ocorre num mesmo nível."

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