continuamente degradante
os ventos gentilmente,
os ventos brutalmente,
devastam o tudo-sobre-a-terra
projetados sobre a taciturna sombra dos céus
mulheres e homens dão razão à hora físsil
e se entregam ao mundo ultrajado
eles já não aparecem nas janelas
eles já não apertam as mãos
eles dão murros na própria fronte
eles são podados com as tulipas
alguém assalta meus olhos,
carrega-os como mortos nos braços
alguém despreza os nomes,
abandona-os na lama ilegível
alguém corrompe o sentido,
viola o mais profundo da fonte
alguém ri do pranto,
brinda o medo aflitivo
alguém ergue-se na poeira,
ataca o rosto com armas
e dorme abraçado com o crime
quando as portas se fecham
tu procura o antônimo de tudo isso
tu desperdiça o todo
tu não chega até ti
apeado no âmago da escassez
conservas a noite de teu rastro
tu estas aí
tu estas lá e aqui ainda
com essa faísca extinguindo
entrelaçando
descascando
dispondo na pedra
uma última lua-lágrima
ainda por florescer.
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