terça-feira, 4 de setembro de 2012

Instintos

Foi quando finalmente me aproximei, te peguei pelas mãos e te levei para um canto afastado daquela euforia. Eu ia à frente e você seguia atrás. No caminho você reparava no cabelo da minha nuca, a gola do meu paletó, minhas orelhas e mãos. Descemos as escadas e fomos até um cômodo lúgubre, meio abafado.
Não se via um palmo à frente. Então dei a volta e agarrando sua cintura por detrás sussurrei em seu ouvido:
 - Minha língua te espreita.
Senti seu corpo jovem de mulher, um cheiro quente de flores adocicadas.
Senti seus poros transpirando enquanto você gemia  incontrolavelmente.
Aquilo nos entorpeceu. Nos embriagou até o esgotamento.
Aquilo foi o amor trabalhando na sua loucura.

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